Catarina Barbosa

Um blog dedicado a compartilhar vivências e reflexões sobre luto, sexualidade, gênero e raça, explorando as diversas camadas que moldam nossa existência com sensibilidade e profundidade.

Diversidade, Equidade e Inclusão em Tecnologia.

A imagem é uma ilustração de uma videochamada com nove participantes em uma grade de três por três. Cada quadrado apresenta um retrato estilizado de uma pessoa com características distintas:

Canto superior esquerdo: Pessoa com barba, óculos redondos, fundo laranja.
Centro superior: Pessoa de cabelo reto e azul, fundo verde-água.
Canto superior direito: Pessoa de coque alto, fundo roxo.
Canto médio esquerdo: Pessoa de cabelo longo e liso, fundo verde-água.
Centro: Pessoa de cabelo preso e óculos redondos, fundo roxo.
Canto médio direito: Pessoa com cabelo curto e encaracolado, fundo azul-escuro.
Canto inferior esquerdo: Pessoa com barba azul e cabelo curto, fundo cinza-claro.
Centro inferior: Pessoa com cabelo afro e brincos, fundo laranja.
Canto inferior direito: Pessoa de cabelo branco curto, óculos redondos e fundo verde-água.
A ilustração utiliza cores vibrantes e sólidas, com uma estética moderna e minimalista, representando diversidade em gênero, estilo e características.

No dia 7 de dezembro de 2022, após uma conversa com um colega de trabalho, me perguntei: será que profissionais de tecnologia, em geral, se interessam pelo tema de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) na nossa área? Para buscar uma resposta, decidi realizar uma enquete no LinkedIn com a seguinte pergunta:

“Vocês se preocupam com a quantidade ou falta de pessoas pretas, mulheres, LGBTQIA+ e PCDs no time? Já questionaram a liderança sobre D&I?”

As opções de resposta foram:

  • “Sim, mas não questionei.”
  • “Sim e já questionei.”
  • “Não.”
  • “Nunca pensei sobre!”

A enquete contou com 56 participantes de diferentes áreas de atuação, como UX/UI, Engenharia e Gerência de Produtos. Os resultados foram:

  • 18% (10 pessoas) — “Sim, mas não questionei.”
  • 70% (39 pessoas) — “Sim e já questionei.”
  • 9% (5 pessoas) — “Não.”
  • 4% (2 pessoas) — “Nunca pensei sobre!”
A imagem mostra os resultados de uma enquete sobre diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. A pergunta da enquete é: **"Vocês se preocupam com a quantidade ou falta de pessoas pretas, mulheres, LGBTQIA+ e PCDs no time? Já questionaram a liderança sobre D&I?"**.

Os resultados da votação estão distribuídos assim:

1. **"Sim, mas não questionei"** - 18%  
2. **"Sim e já questionei"** - 70% (destaque com fundo azul claro)  
3. **"Não"** - 9%  
4. **"Nunca pensei sobre!"** - 4%

No canto inferior esquerdo, consta que a enquete teve **56 votos** e está **encerrada**.

A imagem tem fundo branco, com textos em preto e cinza, e a opção destacada está em um fundo azul claro.

Embora a amostra seja pequena em relação ao mercado de trabalho, os resultados refletem um padrão que observei em todos os lugares onde trabalhei como desenvolvedora: a maioria se preocupa com o tema DE&I, uma pauta que, felizmente, tem ganhado mais espaço no mundo corporativo.

Reflexões sobre as Respostas

Após analisar os resultados, comecei a questionar mais profundamente os motivos por trás de cada resposta:

“Nunca pensei sobre!”
Será que essas pessoas acham confortável ou normal o mercado de tecnologia ser dominado por um único fenótipo? Será que ainda não conseguiram sair da bolha em que vivem?

“Sim, mas não questionei.”
Por que essas pessoas não conversaram com a liderança? Elas consideram o assunto irrelevante? Sentem que não têm abertura ou proximidade com o Tech/Squad Lead? Ou, talvez, pertençam a grupos minoritários e se sintam acuadas ao levantar o tema?

“Sim e já questionei.”
Por que ainda precisamos questionar sobre diversidade e inclusão, considerando que vivemos em um país tão diverso como o Brasil? Como a liderança reagiu a esses questionamentos? Isso resultou em alguma mudança no time?

“Não.”
Por que a pessoa não se preocupa? Ela acredita que o tema é irrelevante ou que não influencia os produtos que desenvolvemos? Será que já teve a curiosidade de ler artigos ou se aprofundar no assunto?

O Impacto dos Números na Diversidade

Sinceramente, imaginei que a maioria responderia “Não” ou “Nunca pensei sobre!”, ou sequer participaria da enquete. No entanto, para minha surpresa, apenas 7 pessoas (todas homens) escolheram essas opções.

Esse resultado me lembrou imediatamente de uma passagem do filme Enola Holmes:
Edith, uma mulher negra, pergunta a Sherlock Holmes, um homem branco:

A imagem é composta por três cenas consecutivas de um diálogo entre dois personagens. 

1. **Primeira cena**: Uma mulher negra, com cabelos presos e vestida com roupas de época (provavelmente do século XIX), está falando e olhando para um homem fora do quadro. A legenda diz: **"Não se interessa por política. Por quê?"**. O cenário ao fundo inclui prateleiras com utensílios e potes.

2. **Segunda cena**: Um homem branco, de cabelos ondulados e usando um terno antigo, aparece de perfil, respondendo à pergunta da mulher. A legenda diz: **"Porque é chato."** O cenário mostra um ambiente doméstico com tons neutros.

3. **Terceira cena**: A mulher volta a aparecer, agora mais séria, olhando diretamente para o homem e respondendo. A legenda diz: **"Porque não tem interesse em mudar um mundo que o favorece tanto."** O fundo é o mesmo da primeira cena, com prateleiras e utensílios visíveis.

A imagem tem um tom crítico e reflexivo sobre privilégios e a falta de interesse em política por parte daqueles que são beneficiados pelo sistema. As legendas estão destacadas em **amarelo com contorno preto** para facilitar a leitura.

“Não se interessa por política. Por quê?”
Sherlock responde: “Porque é chato.”
Edith replica: “Porque não tem interesse em mudar um mundo que o favorece tanto.”

Essa cena me fez refletir: será que a falta de interesse em temas como DE&I vem de um lugar de privilégio, onde o mundo já funciona a favor dessas pessoas?

E Agora? O Que Fazer?

A área de tecnologia, hoje, é majoritariamente composta por pessoas que não pertencem a grupos minoritários ou historicamente oprimidos. Poderia listar aqui diversas pesquisas sobre os benefícios da diversidade nas empresas — que vão muito além do marketing, afetando positivamente os produtos e os lucros — mas a intenção deste artigo é gerar reflexões e, principalmente, questionamentos.

Por isso, deixo aqui a pergunta que me faço diariamente:
O que estou fazendo para mudar esse cenário?

E você? O que está fazendo para transformar o panorama atual da tecnologia?

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