“Mas por quê?”
“Como?”
“Como você descobriu qual carreira seguir?”
Essas são as perguntas que mais ouço quando compartilho minha trajetória de transição de carreira. E se você chegou até aqui, é provável que também esteja pensando em mudar de profissão ou buscando inspiração para descobrir o que realmente quer fazer.
Neste post, vou contar minha história e compartilhar dicas práticas para quem está considerando uma transição de carreira.
O começo: quando o trabalho se torna insustentável
Eu era uma profissional que não se sentia feliz no trabalho. Acordar todos os dias e enfrentar a rotina era um esforço enorme.
Embora muita gente ache isso normal, não deveria ser. Não estou dizendo que você precisa amar cada segundo do que faz, mas viver infeliz, consciente de que não gosta do que faz, pode ser prejudicial para sua saúde física e mental.
No meu caso, os sinais foram claros. Meu corpo começou a reagir:
- Dores de cabeça frequentes, que me levaram à internação por enxaqueca durante 7 dias;
- Insônia, falta de apetite e emagrecimento descontrolado (vale lembrar: magreza não é sinônimo de saúde!);
- Dores no estômago, visão turva e outros sintomas físicos alarmantes.
No início, achei que o problema estava no ambiente profissional, então decidi tentar outra área dentro da mesma profissão. Saí das clínicas particulares e entrei no meio acadêmico, iniciando um projeto de mestrado. Mas, em vez de melhorar, os sintomas pioraram: desenvolvi síndrome do pânico.
A decisão difícil: parar e reavaliar
Chegou um momento em que precisei parar completamente. Em outras palavras, não conseguia mais trabalhar nem estudar, o que afetou minha autoestima, saúde mental e até a área financeira.
Apesar de ter o apoio de psicólogos, psiquiatras e minha rede familiar, foi um período muito desafiador.
Ainda assim, tentei insistir na Odontologia. Fiz cursos e pós-graduações, mas nada melhorava. Foi em uma sessão de terapia que percebi o principal gatilho: minha síndrome do pânico estava diretamente relacionada à Odontologia.
Essa revelação foi devastadora. Como algo que eu quis desde que tinha 8 anos de idade – algo que me trouxe tantas conquistas e amizades – podia ser tão prejudicial?
O novo caminho: A descoberta da TI
Posteriormente, um ano depois, sem trabalhar em Odontologia, meu companheiro me enviou um storie sobre a Laboratória, uma organização que ensina desenvolvimento de software para mulheres interessadas em ingressar na área de TI. Resolvi tentar.
Quer saber mais sobre Mulheres em Tecnologia, sugiro ler o artigo que escrevi.
Foi então que as peças começaram a se encaixar. Durante a faculdade, algumas pessoas diziam que eu deveria trabalhar com tecnologia, pois, sempre fui curiosa sobre como as coisas funcionavam por trás das telas – como o “mágico” mundo dos botões era construído.
Logo após começar a estudar desenvolvimento tudo fez sentido. Acordava animada, ansiosa para resolver problemas, corrigir bugs e aprender mais. O bootcamp era intenso, ainda assim meus sintomas diminuíram consideravelmente.
Foi assim que descobri minha nova paixão e soube que havia encontrado minha carreira.
Dicas para quem quer fazer transição de carreira
Se você está pensando em mudar de profissão, aqui vão algumas dicas práticas para ajudar nesse processo:
1. Comece pelo autoconhecimento
Ninguém conhece você melhor do que você mesma. Algumas perguntas que me ajudaram foram:
- Prefiro trabalhar sozinha ou em equipe?
- Gosto de vender ou persuadir?
- Gosto de ouvir pessoas e aconselhar?
- Ficar o dia inteiro no computador me incomoda?
- Estou preparada para trabalhar em um ambiente majoritariamente masculino?
- Gosto de resolver problemas complexos?
- Prefiro ser autônoma ou ter um emprego CLT?
- Estou disposta a aprender coisas novas e me adaptar?
2. Escreva tudo no papel
Liste o que você sabe fazer, o que gosta de fazer e o que imagina para si mesma na nova profissão. Escrever ajuda a organizar os pensamentos e tomar decisões mais conscientes.
3. Converse com profissionais da área
Pesquise sobre a profissão que deseja e converse com quem já trabalha nela. Entenda a rotina, os desafios e as oportunidades do setor.
4. Permita-se mudar
Está tudo bem não gostar da profissão para a qual você estudou. O que não está certo é aceitar a infelicidade e não buscar uma solução.
5. Busque ajuda profissional
Se você estiver insegura ou lidando com questões emocionais intensas, procure um terapeuta ou coach especializado.
Livros para te ajudar na transição:
- Descubra seus pontos fortes 2.0: Strenghsfinder 2.0 – Tom Rath
- Comece pelo porquê: Como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agir – Simon Sinek
- A coragem de ser imperfeito: Como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é – Brené Brown
- A coragem de ser você mesmo – Brené Brown
Não tenha medo de fazer a transição
Mudar de carreira pode ser assustador, mas também é libertador. Mesmo que sua felicidade esteja em algo completamente diferente – como vender miçangas na praia ou dar aulas de yoga – vá em busca do que faz sentido para você.
Eu mesma passei por isso, e foi um processo cheio de desafios, mas extremamente gratificante.
E você? Já pensou em mudar de profissão? Está passando por algo parecido? Compartilhe sua experiência nos comentários. Vou adorar saber sua história!
Boa sorte no seu processo! 💜
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